terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Silently

Pelo cheiro, ele sabia, ela estava lá...
Naquele campo, onde a imensidão floreava no horizonte
Ele tinha certeza, ela estava lá.
Toda aquela claridade, aquele porte de serenidade.
Ele já podia ouvir ela dizendo as mesmas palavras silenciosas
Como uma boneca, ela era toda articulada
Silente, e envolta em sono eterno.
E as palavras, que ela diria...
         Ficaram com as rosas.




"Her spirit wild, heart of a child, yet gentle still and quiet and mild and he loved her..."
 (Blackmore's Night - Ghost of a rose)

domingo, 27 de novembro de 2011

Umbra...


" 'Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!'
Quoth the raven, 'Nevermore.' "
(Edgar Allan Poe)


Assim como ele continuava sua eterna procura
As lágrimas iam caindo, transformavam-se em cristais.
Pálidos, frágeis, frios, sem cor, sem vida.
Era isso e nada mais.

Vendo a pureza esvair-se de seu coração
Transformando-se em algo irreconhecível.
Perdendo a linha da vida, perdendo-se para sempre.
O sol nunca nascerá de novo.

As mãos tremiam, o suor escorria..
Nem mesmo os delírios do ópio conseguiam amenizar,
As verdades, que perturbavam cada vez mais sua alma.
Já não conseguia aguentar mais uma noite de inverno,
Sem sua querida Lenore.
 
 
 
(Baseado no poema "The Raven", Allan Poe.)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Penso, logo falo.

"Talvez, eu deva entender que sou o excesso ou a ausência absoluta.Tenho explosões vorazes, destruo mundos; porém, como vão como vieram (!).                                                                                    
A mediocridade alheia me enoja, a ponto de eu conseguir apenas desprezar.Meu silêncio algumas vezes, não é fruto do vazio que corrói a maioria, mas sim do mais puro desprezo.Confesso que calo-me, e me ausento de mim.                                                                                                             
O que existe, para mim, se divide em duas categorias, aquelas coisas que gosto e dou algum valor, e o resto que é totalmente ignorado.Devo também adicionar, que dissimulação nunca combinou com o meu rosto, e que as vezes me misturo á inconvêniencia, 'Penso, logo falo'.
Algumas vezes admito que não sei usar as palavras como eu gostaria, pois não existem ( e penso que nunca existirá) palavras suficientes.É comum eu me encontrar pensando em questões um pouco absurdas, das quais nunca chego á uma conclusão que me satisfaça, e acabo girando em espirais que logo esqueço.
Sou transparente, e se conseguir chegar muito perto talvez possa ver do outro lado.
Minha sensibilidade sempre foi alta, então me acostumei a ver e sentir coisas que os seres humanos perdidos em seus proprios emaranhados talvez nunca verão, ou sentirão.
Tenho estranhas alegrias...e tudo que eu gosto, eu gosto mesmo.
As vezes, ou é excesso ou é ausência....ou sou eu, ou eu sou."



*Texto escrito por mim em uma das crises existenciais mais tensas que tive...escrevi há algum tempo atrás, e como não ando tendo muito o que postar acabei postando isso =D.

sábado, 1 de outubro de 2011

POPPÆA

Vem Poppæa!
Agarra o que já é teu.
As lágrimas vermelhas engolirão a todos,
A fúria dos deuses contaminou o mundo,
Que o pior castigo foi-lhe dado...
O pranto mortal do Vesúvio,
Transformou tudo em eternidade.






*Poesia inspirada em uma inscriçao achada em uma casa em Pompéia, a inscriçao dizia "Nada nessa vida pode durar para sempre", e ironicamente a cidade ficou eternizada, até mesmo seus cidadãos foram imortalizados em frias estatuas de pedra.
*Poppæa, nome da segunda esposa do Imperador Nero, a cidade tem esse nome em homenagem a ela.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

The scarlet colour!


Sentindo-se triste,
Sentindo-se perdida,
A garota uivava para a lua...


E o estranho ruído, não...não é a chuva.
Talvez seja a minha alma.








"Loom my darling sun, bear the scarlet colour!" (Hollow-Heartéd, Heart-Departéd || Theatre Of Tragedy)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Harpia.




Afogando-se em uma noite que já tinha terminado,
Mas os raios do sol nunca chegarão para você...
Feche seus olhos se ajudar a afastar seu medo.
Saboreando uma beleza sublime, porém obscura.
Sinta minhas asas em torno do seu corpo nu,
Tente escapar, em vão.
Eu vou te levar pra casa.




"Não será antes de minha chegada que serás levado á sentir a serenidade natural  de deixar esse mundo.Ouças minhas asas acariciando o vento, ouças minha FÚRIA!" (Quoth The Raven - Eluveitie)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Angels' Lament


Com um par de asas,
Apareço no teu quarto
Eu venho á noite,
Quando você está sozinho.

"Um rosto angelical, olhos doces, indefesa.
A aureola reluzia sobre os cabelos claros
O olhar era como o de um predador,
Antes de atacar sua presa."

Ajoelhou, agora reze
Acendeu o fogo,
Agora banqueteie-se.

Perdendo as asas,
Em um mergulho infinito.
Eu vou te fazer pecar.
Eu vou te fazer cair.







"Os anjos caíram primeiro, mas eu ainda estou aqui"   End Of All Hope - Nightwish

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dark Ocean

O meu amor partiu...
Ele foi para o mar,
Grande mar revolto...
Sepultado foi o meu amor,
Em um oceano de lágrimas.

Segurando a dor nas proprias mãos,
O coração desmanchava em gritos...
Já não procurava mais por você,
Mas sim por um corpo sem vida na costa.

Eu não sangro mais,
Não choro mais,
Me segure firme,
Pois eu vou desabar.

Agora quem está indo sou eu
Para as mesmas ondas que um dia levaram-te
Já posso sentir seus braços,
Eu fecho os olhos, e vou na sua direção.
Sempre soube que a morte vivia em seus lábios...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

The dreamer and the wine.


Sua voz fez a cor novamente crescer em meus frios lábios
Suas mãos fizeram meu coração bater novamente
Minha alma foi liberta naquela fria noite.


O alvorecer rasga a escuridão do céu.
Sussurrando com o silêncio do amanhã
Flores quebradas, relógios secos
Acorrentados no inferno...
Apenas o poeta e o vinho.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Alleine zu Zweit.

Minha solidão, sempre velada
Não importa com quem eu esteja,
Não importa com quantos eu esteja...
Sem você, eu sempre vou estar sozinha.






 July, 3rd, 2011 | 3:44 A.M

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Heartbreaker

            
 Andando pelos subúrbios escuros
Os becos sombrios chamam o seu nome.
Passos curtos, apressados,
Procurando por você.

Alguém já deve ter-lhe dito,
Que eu sou uma péssima companhia,
Mas pelo visto, você quer correr o risco.
Querido, eu te faço perder o controle...
Eu faço você ser levado pela insanidade... 
Suguei seu ultimo elo com a realidade,
E os pedaços vão ao chão.

Com as luzes apagadas,
O fogo arde, iluminando a noite...
Devorando, vociferando...
As folhas se retorcem, e
As brasas saltam..
E depois, só as cinzas
 De você,
Só as cinzas restarão...

domingo, 12 de junho de 2011

Suburbia, 1986



"Vamos caminhar a noite toda, vamos falar um pouco de merda...Por favor, fique e faça com que eu me sinta viva! [...].Só mais um beijo, só mais uma música....é tudo que eu preciso pra sentir que o mundo não é tão ruim enquanto você estiver lá por mim.
O show acabou, mas é tão cedo...eu não quero ir pra casa.Eu sei que vou dormir sozinha, e sei que sentirei falta de alguém para abraçar muito."



(Dance of Days - Suburbia, 1986)

O Grito

De pavor meus olhos se enchem,
A dor se torna insuportável,
O grito desesperado, ecoa!
Pessoas indiferentes.
Voando da ponte,
Rumo ao chão,
Em parafuso.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

He dies...

 
Poderia eu, desperta-lo do sono eterno?
Como eu queria devolver a luz dos teus olhos
Todos os dias, eu vou ao seu encontro
Onde jaz teu corpo moribundo
E sua beleza, ainda intacta, é perturbadora.

Traze-lo de volta?Sentir novamente seus beijos?
Meu coração pulsa, ao segurar novamente sua mão.
Quase posso ouvir sua voz, barítona e inconfundível,
Ao aforgar-me nos seus lábios frios, e sem cor...

O aurora, amaldiçoado nos seus olhos
As rosas cálidas, eu nunca mais verei
Eu caio, como a chuva do outono.
Com você jaz a minh'alma.

Dor, venha até mim...e por favor, nao pare!
O veneno percorre minhas veias,
Meus delírios tornam-te cada vez mais real.
Suas mãos, pálidas, agora me tocam..
Morte, venha até mim...
E me traga a vida...

He dies...

Esta poesia, eu fiz já faz muito tempo, resolvi postar porque faz tempo que não posto nada por aqui; A poesia se chama He Dies, em português fica algo como "Ele morre...", a poesia foi levemente inspirada na musica do Draconian chamada She Dies, e só pra registrar, hoje é uma segunda feira de leve angústia e mau humor.Quando eu leio essa poesia, eu também me lembro de vários contos de Allan Poe, e de uma musica do My Dying Bride chamada "My hope, the destroyer".Quanto a poesia de hoje, eu já escrevi coisas melhores, mas em todo caso vai essa mesmo.

 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Clepsidra

                            
                                                            Clepsidra           

Quando as luzes se apagam
É você quem me conduz
Toda vez que olho no espelho
É seu o reflexo que eu vejo.

Você está na minha mente
Abraço fundo o seu abismo,
Seu mistério vive em mim
Criatura das noites sem luar.

As lágrimas caíram como chuva
A alma queimava, e eu voltei pra ti.
Não consegui cruzar um mar tão vasto.

Clepsidra de lágrimas,
O tempo congela nos seus lábios
Eu não consigo cruzar a imensidão do seu mar


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Six feet under.



O respirar antes do mergulhar,
Mergulho no teu silêncio
Abrasarei teu corpo...
                Apetite voraz. 
Teus longos cabelos sobre mim
A noite perdida no teu olhar
Penumbra sem fim.....
                       Noite de eclipse    
Quando estou com você
(Cravarei os dentes), longe do mundo
Êxtase momentâneo...
                        Umbra, o ponto mais escuro.

                                                                       Guerra interminável
                                                                      Noite sem fim, sentimentos feridos.
                                                                      No campo infértil, o amor nunca florescerá.
                                                                                                            Sentimento doentio.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Lord of Carnage.


Mais uma vez, no amanhecer virão as lágrimas, e nosso singelo adeus,
Seus olhos  escuros como a noite, me observam por onde eu passo,
 A chuva que cai mancha o véu escuro que tem em torno de ti.

O soturno som do piano paira no ar,
Seu timbre barítono e inconfundível sussurra palavras disconexas,
Sugando meu unico elo com a realidade
Levando embora meu último suspiro.